As festas de Padroeiro

As festas de Padroeiro - o profano e o religioso

Não sei em que ano começaram as festas de padroeiro o que sei e que quando meu avo materno ainda era vivo já acontecia estas festas, porem acredito que as festas de padroeiro como todos falam devam ter começado a partir da década de 80 . quando eu era criança me lembro que existia a festa do parque de diversão que muitas vezes era apenas um espalha brasa e canos, das barraca, dos pipoqueiros do pavilhão com suas disputas de cordão vermelho e azul e no final a escolha da rainha da festas de algumas musicas que tocavam nas vitrola principalmente do parque e do pavilhão, como a musica Fuscão preto, que tinha já a cara das festas da que no final da década de 80, porem são as ultimas festas que aconteceram aqui em 94 e96 que eu mais me recordo´principalmente porque nestas duas festas eu trabalhei como Caixa da Festa sendo que em 96 Verônica da Silva Lima foi juntamente comigo tesoureiro da festa

As festas eram super animadas, ate hoje pessoas de outras comunidades, de outros lugares falam super bem das  festas que aconteceram aqui no passado e sempre  perguntam, porque acabou? Mas as festas profanas acabaram por dois motivos, um foi a falta de disponibilidade das pessoas, já que eram poças as que queriam se responsabilizar pela organização e com isso todo trabalho se sobrecarregava em cima de uns, enquanto a maioria só queria se divertir com a festa, e isso foi culminante para que nossa família  deixasse de estar a frente da organização destas festas e como outras pessoas não se dispuseram a assumi as festas acabaram.

Alem disso nosso vigário que acabara de entrar não via com bons olhos essas festas profanas pois segundo ele contradizia o que a  igreja prega com relação ao álcool pois em quanto aa igreja pregava o não consumo exarcebado de álcool, no pavilhão organizado pela igreja se vendia basicamente bebidas alcoólicas e isso era um incentivo as pessoas beberem mais e mais. Essas tipo de  festa profana poderia existir mas de outra forma e a igreja  deveria ter menos participação  principalmente no que se refere a bebidas alcoólicas.

A ultima festa profana que aconteceu em Manguape foi realizada em Setembro de 1996 quando frei Osmar era o nosso vigário.

Desde então nos dedicamos a organizar e dar maior ênfase a festa religiosa da padroeira e apesar do nível de organização ter alcançado um nível legal as pessoas não falam do religioso só no profano. Nas festas de padroeiros que antes eram celebradas em setembro agora são celeradas em Dezembro no dia da Sagrada Família este é um ponto que considero importante.

A década de 80

Nos anos 80  Mangupe era uma comunidade viva, alegre, pulsante e contagiante não havia  muitos recursos financeiros, mas alguns benefícios tornaram a vida deste povo um pouco menos sofrida, foi no inicio da década que a energia elétrica começou a chegar aos lares desta comunidade e com ela todos os benefícios que a energia pode proporcionar. Nesta mesma década foi implantado na comunidade o posto de saúde e mas tarde no fim da década foi inaugurado o posto telefônico no ano de 1989. por outro lado, tínhamos messes de mão animados não que os atuais não sejam, e que as pessoas saiam mais procuravam mais a igreja não estavam presas  a ditadura da televisão e suas novelas, tal vês porque a maioria das pessoas não tinham televisão e as que tinham desligavam e iam para as celebrações missas e movimentos da comunidade, depois destas se reuniam e conversavam sobre o cotidiano, o ato de ir a missa era bem mais do que simplesmente se deslocar ate a igreja era um momento de confraternização entre as pessoas, os amigos e vizinhos, era uma forma de encontrar a sua cara metade, de paquerar e ser paquerado, as pessoas vinham de toda a comunidade Manguape e ate comunidades vizinhas, Furnas, Marcela. Essas pessoas vinham para as missas, festas e  dramatizações da Paixão de Cristo que aconteciam aqui, a primeira que me lembro aconteceu no ano de 1986 com grupos de jovens de manguape 1 e 2 ou  de baixo  e de cima como é conhecido  hoje, e jovens  de Lagoa de Roca essa peça em especial foi organizada por vários jovens e a coordenação ficou por conta de Maria Jose e Veralúcia esse grupo era bastante conhecido e na semana santa fazia apresentação nas sextas-feiras santas sempre aqui em Manguape e nos dias seguintes em comunidades com Campinote, Areal, Lagoa de Roça, entre outras.

As festas de padroeiro que misturavam o profano e o religioso, e que animavam a nossa comunidade, embora tenha se buscado anima a festa religiosa de todas as forma, seja convidando comunidades irmãs recebendo e promovendo eventos no mês de dezembro na festa da Sagrada família ficou um vazio e ainda hoje as pessoas de lugares e cidades vizinhas nos perguntam porque acabaram as festas, pois eram tão boas e animadas. Neste período da historia de nosso povo as pessoas estavam mais alegres e menos preocupadas com a violência, com o capitulo da novela, se davam o direito de aproveitar a vida sem se preocuparem com o seu cotidiano embora fosse bem difícil. Já que nossa comunidade viveu sempre da agricultura principalmente nessa época onde uma das únicas fonte de renda vinham da agricultura, um ou outro  tinha outra atividade, mais o forte era o trabalho no campo. E se hoje as coisas são difíceis para esse povo no passado as coisas foram ainda mais difícil, já que alem dos produtos baratos os agricultores ainda se viam com outro problema, com deslocar as mercadorias para um centro maior como Campina Grande. Pois não havia transporte e para se deslocarem tinham que andaremos 5km ate São Sebastião de Lagoa de Roça, teve um período que um ônibus ficou passando fazendo a linha aos Sábados, mas foi por pouco tempo como dizem “alegria de pobre dura pouco”.

Nesse período passaram pó aqui os Frades Frei Hermano, frei Artur, Frei Gasimiro e Frei Umberto. Alguns destes agente se recorda com mais carinho Frei Hermano é o  primeiro frei que eu me lembro, agente ia pra missa , ele colocava as crianças na frente junto do altar, alem disso,  apesar de eu ser muito criança na época recordo que ele chegava cedinho  e subia em cima da capela para ajeitar as difusoras que existiam na época e depois colocava umas musicas para tocar, a sua maneira ele e os demais frades que passaram por esta comunidade contribuíram para o crescimento da mesma outro frade que temos no coração é o Frei Dagoberto que entre as inúmeras ações que ele fez esta a ampliação do barreiro que matem a comunidade com água durante todo o ano salve as raras exceções em anos de grandes estiagens. Frei Artur , um dos primeiros Frades de nossa paróquia tem um lugar de destaque em nossos corações, sempre com aquela calma e tranqüilidade de sempre.